Domingo de PÁSCOA

A PÁSCOA
Com a devida vénia, transcrevemos parte de um artigo do Prof. Dinis Salgado, publicado na pág. 2, do DIÁRIO DO MINHO, de 4 de Abril de 2007, que descreve a Páscoa na sua terra e que, em alguns pormenores, se assimila à que vivemos em Passos (S. Julião):
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"Domingo é dia de Páscoa. Dia de ressureição para a Vida, para o Amor.
Dia de desatar o nó das lembranças (o Compasso, o folar, a reunião da família...) daquela infância, descuidada e longínqua, numa qualquer aldeia deste maravilhoso Minho.
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E a ansiada espera do Compasso que o estralejar dos foguetes e o tilintar da campainha anuncia.
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E o tapete multicor, do portal à entrada da casa, é o convite à entrada, o carreirinho de boas-vindas, a alegria da Ressureição. E mais uma girândola num estampido longo e repetido na paisagem. E as canas dos foguetes, descendo aos ziguezagues do azul dos céus, como engodo maior do rapazio. Como troféu sonhado e cobiçado!
- Já aí vêm! Já aí vêm! - grita um mensageiro na dobra da vereda.
E todos recolhem à sala para receber o Compasso e beijar a Cruz. À frente, o rapaz da campainha (dlim-dlão, dlim-dlão), seguido do restante cortejo, onda avultam o homem da Cruz, o prior, o mordomo ...
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De novo, o rapaz da campainha à frente (dlim-dlão, dlim-dlão) e o Compasso organizado a caminho de outra residência, de outra família. E já à boca da noite o recolher da Cruz, num cortejo lindo e empolgado, a caminho da igreja e ao ritmo de aleluias, aleluias mil e do ribombar do foguetório."